Eis o melhor e o pior de mim. O meu termomêtro, o meu quilate.

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quarta-feira, agosto 17, 2011


Expulsos da Casa de Praia - Parte II - Procurando o Amor

Dia 06 de Fevereiro às 10h 30 da manhã eu já estava no colégio que combinamos, para não correr o risco de me atrasar. Deus sabe a ansiedade que eu fiquei para reencontrar esse rapaz. Levei as fotos que tirei, levei o filme das fotos caso ele quisesse revelar, levei uns bombons e todo o meu amor.
11h00 da manhã: ainda era cedo pra ficar mais ansiosa, eu que tinha me adiantado demais. Não podia cobrar que ele estivesse lá tão cedo, né?
11h30 da manhã: Poxa, bem que ele podia estar entusiasmado como eu e chegar um pouco mais cedo.
12h: Tudo bem, ninguém é obrigado a chegar exatamente na hora.
12h30: Imprevistos acontecem. Não é porque o bairro que ele mora fica atrás da escola que ele não pode se atrasar.
13h: Todo mundo se atrasa 1 hora, é natural. É chique.
14h: Bom, agora ele está bem atrasado, minhas pernas batem com tanta força no banco que creio ter ficado com hematomas. Mas ele deve estar chegando, se eu for embora, nós nos desencontraremos.
15h30: Filho de uma P@$#¨%! Ele não vem! Mas e se ele aparecer? Não seja estúpida, ele não vai aparecer!
Meu Deus que ódio que me deu! Mas como eu estava tão apaixonada, rapidamente eu o perdoei e comecei a arrumar uma desculpa para ele não ter ido. Podia ter acontecido um milhão de coisas. A mãe dele podia ter passado mal, o irmão, a avó, ou o cachorro, caso ele tivesse um.
Levantei com a dignidade que me restava, peguei minha sacolinha e... fui procurar a casa do menino. Gente, francamente, quem tem boca vai a Roma. E depois, eu tinha uma foto dele, tudo o que você precisa para encontrar uma pessoa que mora num bairro com sete ou oito mil moradores.

Um bairro enorme, não sabia nem por onde começar. Peguei a foto do menino e comecei a entrar nos bares e supermercados, padarias e açougues perguntando se alguém o conhecia. Olhares assustados e a resposta sempre a mesma: Não.
Como sou brasileira e não desisto nunca, não me deixei abater, continuei procurando com determinação. Algum tempo depois, eu já estava exausta e a ponto de desistir, quando vi uma moça descendo a rua. A moça era bonita, então pensei, já que ela era bonita poderia conhecê-lo.
Mostrei a foto e não é que ela o conhecia mesmo? Ela até sabia o nome dele de verdade, Rodrigo, sabia onde era a casa dele. Era amiga dele de infância. Então contei toda história pra ela e ela me levou até a casa dele.
Chegamos à casa dele e já fui me apresentando para sua, seu irmão, sua avó. Contei que o tinha conhecido na praia, que era sua namorada e que tínhamos combinado de nos encontrar, mas que por algum motivo ele não apareceu. A mãe dele, muito desconfiada, me disse que ele ainda estava na praia, que só voltaria na semana seguinte. Então eu tomei café da tarde com minha sogra e prometi voltar na semana seguinte.
Uma semana depois estava lá novamente. Nessa época, telefone ainda era artigo de luxo, portanto, a única maneira de saber de uma pessoa ou era através de carta, ou indo à casa dela mesmo. Cheguei na hora do almoço, já aproveitei e almocei e o menino nada de voltar da praia.
Minha família ia viajar pra Minas para casa da minha Avó, e eu não ia poder esperar o Rodrigo voltar da praia. Escrevi uma carta enorme, explicando que eu tinha encontrado sua casa, que tinha ficado amiga de sua mãe e que era muito penoso eu ter que viajar, mas que eu precisava ir, que quando eu voltasse eu iria voltar à sua casa para nos reencontrarmos e matar toda saudade que estávamos sentindo um pelo outro.
Fui para Minas e foram os dias mais longos da minha vida. Nunca pensei que poderia sentir tanto a falta de alguém. Tudo o que eu pensava era ele. Ele era o homem da minha vida. Minha vida só teria cor se eu estivesse com ele, caso contrário, tudo era cinza. Shakira se tornou minha cantora preferida. E a música meu hino para o Rodrigo.
Continua...
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